Natalina Andrade, jornalista do jornal A Nação

“A CCPJ é um órgão fundamental para a devida regulação da profissão de jornalista em Cabo Verde, não apenas no que toca à emissão da Carteira Profissional de Jornalista, mas, sobretudo, no que respeita ao seu papel de garante da legalidade no exercício da profissão.

Tendo como base o meu processo pessoal, para a obtenção da carteira profissional (2020), e as dúvidas correntes colocadas pelos jornalistas estagiários, penso ser primordial apostar mais na comunicação e difusão de informações, não só sobre o processo em si, mas também sobre outros procedimentos que antecedem o pedido de Carteira Profissional. Isso passaria por um trabalho de maior proximidade junto dos profissionais, e dos próprios órgãos de comunicação social, através dos membros da Comissão, eleitos no seio dos referidos órgãos.  

No que toca à fiscalização, há muitos jovens que encontram dificuldades em obter a sua Carteira, devido a um processo moroso junto das empresas empregadoras, mesmo após a conclusão do estágio profissional legal, de seis meses.

Se existe uma lei que determina que o jornalista obtém a sua carteira profissional após um estágio profissional de seis meses, não deve, e não pode ficar, a gosto do empregador que o jornalista vai, afinal, fazer um estágio de um ano ou mais, para assim ter acesso aos seus documentos, como o certificado de estágio profissional.

Em muitos casos, entrar no mercado de trabalho com dignidade tem sido um processo extremamente difícil, e minado por interesses de terceiros, que aproveitam dessa não certificação para manter profissionais com contratos precários e com um salário de estagiário, quando estes já deveriam estar certificados exercendo a profissão dentro da legalidade”.